quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Curiosidades!!!

Carros que dão choque

Quem já não levou um choque ao tocar em um carro?

É uma experiência que não representa perigo, mas bastante desagradável.
Todos os corpos são formados por elétrons e prótons, sabemos que eles apresentam cargas elétricas negativas e positivas respectivamente, então por que não levamos choques ao tocar em algo? A explicação é que todo átomo tem quantidades iguais de prótons e de elétrons, cargas positivas e negativas em quantidades iguais se anulam e o resultado final é zero. Porém existem maneiras de desequilibrar essas quantidades. Os objetos em geral apresentam uma característica chamada de eletroafinidade, ela significa exatamente o que o próprio nome diz: afinidade por elétrons. Quanto maior seu valor, mais o corpo em questão tem facilidade em roubar elétrons de outro que se esfregue nele. Ao atritar dois corpos com eletroafinidades diferentes, o de maior valor adquire elétrons roubados do outro, termina com elétrons a mais, ficará negativamente carregado, e o outro com elétrons a menos, positivamente carregado. Alguns materiais, todos eles isolantes, são classificados em uma série chamada de triboelétrica, este tribo vem de atrito, é uma série de elementos que se eletrizam por atrito. Em ordem decrescente de eletroafinidade, eles são:
Celulose
Resinas
Plásticos
Seda
Vidro
Cada vez que um desses materiais é esfregado em outro, acontecerá uma eletrização por atrito, por exemplo, pegue um canudinho de refresco, desses de plástico e enrole-o em um tufo de cabelos bem apertado, agora puxe o canudo esfregando-o no cabelo e o atire contra a parede. O que aconteceu? Ele ficou pregado na parede. Será por causa de sua brilhantina? Não, ele está eletrizado, portanto sofre uma força de atração com a parede que o mantém preso.

Sua experiência não funcionou?

 Verifique se seu cabelo está seco e limpo e se o canudinho é realmente de plástico. Outro caso acontece quando você usa um pente plástico: seu cabelo é lã, portanto o pente rouba elétrons dele se eletrizando negativamente enquanto seu cabelo se torna positivamente carregado. Em algumas situações torna-se quase impossível pentear os cabelos por causa da atração que aparece entre as cargas de sinais opostos presentes neles e no pente. Isso não acontece todo dia por causa de algo a que chamados de rigidez dielétrica, este fator determina que todo isolante é capaz de impedir a passagem de cargas elétricas até certo ponto, quando o campo elétrico ultrapassa certo valor, o material deixa de ser isolante e se transforma em condutor. O ar é um isolante, não permite passagem de corrente elétrica, mas, quando a umidade relativa aumenta, sua capacidade de isolamento diminui, portanto em épocas mais úmidas, estes efeitos de eletrização quase não são notados, pois os corpos não conseguem segurar as cargas neles colocadas que escapam para o ar. Em épocas de seca, aí sim, sofremos com choques quase todos os dias. Já reparou que às vezes quando você está tirando um casaco de fio sintético, principalmente em dias secos, ao passar por seu cabelo ele estala? Quando acontecer, feche o quarto, apague todas as luzes e aguarde por aproximadamente 4 minutos para que seus olhos possam sofrer adaptação visual, se acostumando ao escuro. Após este tempo retire a blusa esfregando-a em seus cabelos e observe-a atentamente fazendo nela pequenos movimentos. Você irá perceber que estes estalos são provocados por pequenas descargas elétricas, são mini-trovões produzidos por mini-raios. Não se deixe enganar pelo pequeno tamanho, estes raios em miniatura podem ter tensões de até 60.000 V. Para saber o valor aproximado da tensão de cada um, é só estimar seu comprimento, se o ar estiver bem seco, serão 3000 V para cada milímetro, (a rigidez dielétrica do ar seco é de 3000V/mm).
Agora você ficou impressionado! Quer dizer que eu levo choques de 60.000V e
nem sinto? Mas os 127 V de uma tomada podem me matar! Sim é verdade, este choque você não sente porque acontece na sua roupa, se ocorresse no seu corpo, a sensação seria bem leve, como você já cansou de sentir.
Se nosso corpo contém cargas elétricas e, essas se encontram em repouso, elas simplesmente não são percebidas, apenas notamos nossos cabelos se arrepiando quando a quantidade de cargas é grande o bastante. Nós somente sentimos uma carga quando ela se encontra em movimento produzindo uma corrente elétrica, aí sim, sentimos o famoso “choque”, e neste choque, quem faz o estrago, quem fere, quem machuca é a intensidade de corrente. No caso de um choque produzido por cargas estáticas, destas a que a gente se sujeita
todos os dias a corrente elétrica é bastante pequena e não representa maiores riscos enquanto que em uma tomada a intensidade de corrente é muito mais intensa podendo até matar.

Situações onde se tomam “choques”:

·              Tocando o lado de fora de um carro que esteve recentemente em movimento. Ao se movimentar é comum que o carro acumule cargas.
·                  Jogando basquete. A bola de basquete tem elevada eletroafinidade e cargas acumuladas nela passam facilmente para o nosso corpo a cada contato, de repente você, eletrizado, encosta em alguém neutro, a passagem da carga de um corpo para o outro provocará o choque.
·              Ambiente com carpete e ar condicionado. O ar condicionado deixa a umidade relativa do ar muito baixa, portanto aumenta a rigidez dielétrica do ar facilitando a ocorrência de eletrização. Se houver diferença entre a eletroafinidade de seu calçado e a do carpete, você se eletriza sem saber e só vai perceber quando tocar em outro corpo que seja condutor.
Dica: Para não tomar choques de seu carro, se é que isso te incomoda o suficiente, existe um dispositivo, na verdade uma barra de borracha metalizada e flexível que se coloca por baixo do veículo, presa ao chassis, que fica arrastando todo o tempo no solo, descarregando nele qualquer carga que poderia ficar acumulada.
À propósito, você sabe por que eletricidade se chama eletricidade? Os gregos, há 2500 anos já haviam percebido sua existência, eles observaram que pedaços de âmbar, atritados com lã apresentavam umas estranhas propriedades, atraindo objetos de pequenas dimensões, como em grego o âmbar se chama elektron, o nome eletricidade surgiu daí. Ao lado pode-se ver um pedaço de âmbar, sim é ele mesmo, aquele do filme Jurassic park, de onde acharam um pernilongo com sangue de dinossauro com o qual reconstruíram um novinho em folha.


Marcos Diniz

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