quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Curiosidades!!!

Andando no vácuo


Aposto que ao ver este título você pensou que se tratava de andar em um local desprovido de atmosfera. Não é esse o significado do vácuo mencionado, o que se queria dizer é algo que se vê com freqüência em corridas, quando um corredor cola na traseira de outro. Em casos como esse, o locutor anuncia:
--Fulano entrou no vácuo do ciclano.
A que se refere esse vácuo?
Quando um corpo se desloca dentro de um fluido ele sofre a ação de uma força oposta ao seu deslocamento chamada de arrasto, ou simplesmente de resistência do ar.
Para médias velocidades, como as de um carro, por exemplo, esta força de resistência é proporcional ao quadrado da velocidade. Isso significa que quando a velocidade de um corpo dobra, a força de resistência fica quatro vezes maior. Esse é um dos fatores que determinam que para dobrar a velocidade final de um carro, não basta dobrar a potência do motor. Podemos perceber então que quanto maior é a velocidade, mais intensa é a força oposta ao movimento provocada pelo ar. Para nós que só andamos a pé, parece pouca coisa, mas para um ciclista, faz toda a diferença, andar contra o vento é equivalente a subir um morro. Em eventos esportivos oficiais, existe um valor máximo da velocidade do vento, recordes obtidos quando este valor é superado, não são aceitos.
Nas provas de ciclismo, cada equipe tem um participante chamado de “coelho”, cuja função é reduzir a resistência do ar para o atleta que vai tentar ganhar a prova. Ele sai na frente, gastando suas energias no começo da prova. O atleta que foi designado para ganhar, ou pelo menos tentar ganhar, vai logo atrás dele, no vácuo. Dessa forma, o esforço feito é bem menor sobrando energia para uma arrancada no final.
Mas afinal, o que é este vácuo? Quando um corpo se desloca no ar, uma parte desse ar, logo atrás do corpo, vem junto, esse é o chamado vácuo. Pegue uma folha de papel e solte-a de certa altura. Ela cai lentamente graças à resistência do ar. Um livro cai mais depressa, devido ao seu maior peso, vence esta resistência com mais facilidade.
Agora vamos colocar a folha no vácuo do livro, coloque-a sobre o livro e solte os dois.
Ela vai descer tão rapidamente quanto ele, a resistência do ar sobre ela será praticamente zero por estar situada no vácuo do livro. Quando em uma corrida de carros
um piloto entra no vácuo do outro, ele tem algumas vantagens e desvantagens, as vantagens são que o carro poupa seu motor por não necessitar de muita potencia agora que a resistência do ar foi reduzida, e poupa também combustível reduzindo o consumo.
As desvantagens são de que o tempo para reagir se algo acontecer ao carro da frente será tremendamente pequeno, se algo acontecer à ele, muito provavelmente acontecerá também com quem vai no vácuo, e o fluxo de ar em seu sistema de refrigeração será reduzido. Essa é a razão pela qual nas pistas, o piloto não fica muito tempo no vácuo do outro, para impedir o superaquecimento de seu carro, normalmente ele só permanece ali até ter uma chance de tentar a ultrapassagem. Quando essa chance demora demais para aparecer, ele se afasta um pouco do carro da frente durante alguns momentos para permitir o correto resfriamento de seu motor.
Quem chega com maior velocidade ao solo, uma pessoa que caiu de um avião a 500 m de altura ou outra que caiu de 5.000 m? As duas chegam com iguais velocidades. 
Quem causa esse efeito é também a resistência do ar. Quando cai, a velocidade de um corpo aumenta, nesse caso, a resistência oferecida ao seu movimento pelo ar, vai aumentar também. Puxando o corpo para baixo existe o seu peso, puxando para cima a resistência do ar. Quando o peso é maior, a velocidade aumenta provocando aumento da resistência. Vai acontecer um instante em que as duas forças se igualarão em módulo, nesse momento a velocidade não mais aumenta. Um corpo humano caindo deitado de barriga para baixo, braços levemente abertos e flexionados e pernas levemente dobradas

para trás, posição que os pára-quedistas chamam de “aberta básica”, cai com velocidade em torno de 200 km/h. Eles usam um macacão que possui um tecido preso do cotovelo à cintura, para cair com menor velocidade eles afastam o cotovelo do corpo abrindo aquela pequena asa criando mais resistência, para descer com velocidade maior, basta juntar os cotovelos ao corpo. É assim que conseguem descer todos juntos para fazer o chamado “trabalho relativo” onde se dão as mãos formando figuras no céu. Se alguém esta muito acima dos outros, ele coloca os braços ao longo do corpo, levanta o queixo, junta e estica as pernas e cai de cabeça para baixo em uma posição chamada de “gota d’água” onde a velocidade pode chegar aos 400 km/h. Uma queda de 500 ou de 5000 m  não faz diferença na velocidade final, a posição do corpo durante a queda, sim.

Marcos Diniz

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