Podemos dividir os objetos em geral em dois grandes grupos, os que têm luz própria, chamados de corpo luminosos, e os que não tem, os corpos iluminados. O vagalume, por exemplo, é um corpo luminoso, e eu, eu sou apenas um iluminado. Os que produzem sua própria luz podem ser novamente divididos em dois grandes grupos, os incandescentes e os luminescentes. Incandescentes são aqueles que produzem luz a partir do aquecimento. Qualquer material devidamente aquecido emite luz, a chama que vemos ao redor de um palito de fósforos aceso, por exemplo, é uma massa gasosa que se encontra muito próxima a uma reação de combustão que ocorre no palito e que tem por essa causa uma temperatura muito alta e em conseqüência emite luz. Um arame colocado no fogo emite luz, a princípio uma luz vermelho-escura que à medida que a temperatura vai aumentando vai se tornando laranja, amarela e tendendo a se tornar branca, se a temperatura for muito elevada pode ter tendências ao azul. É este princípio o utilizado pelas lâmpadas incandescentes, elas possuem um filamento de tungstênio, metal que suporta altas temperaturas, que ao ser percorrido por corrente elétrica se
aquece devido ao Efeito Joule, e atinge temperaturas da ordem de 3000ºC emitindo luz.
Um outro grupo existe de materiais que emitem luz sem serem aquecidos, estes são os chamados luminescentes e podem ser divididos em sub-grupos que são: Fluorescentes: São substancias que emitem luz quando expostas a algum tipo de radiação. As lâmpadas fluorescentes, estas compridas que a gente usa no escritório, contem dentro de si um gás que ao ser percorrido por uma corrente elétrica, como acontece quando são ligadas, emite radiação ultravioleta. Não precisa ficar preocupado, pois são revestidas por um pó branco, aderido em seu interior, que quando atingido pela
radiação ultra violeta, a absorve e emite em seu lugar luz. Você já fez bronzeamento artificial? Lembra-se das lâmpadas utilizadas naquele processo? São iguais às nossas fluorescentes comuns, exceto pelo fato de não conterem o tal pó branco, o que sai delas é radiação ultravioleta.
Fosforescentes: São substancias que ao serem exposta à luz tem alguns de seus elétrons excitados. Quando isso acontece o elétron salta para um orbital mais alto que o original, acontece que nesse orbital ele permanece instável, mais cedo ou mais tarde terá que voltar e para poder voltar é obrigado a jogar fora sua energia excedente, essa energia é dispensada sob a forma de um pequeno pacote chamado de fóton que nada mais é que luz. Interruptores que brilham no escuro funcionam assim, os adesivos luminosos que povoam os quartos infantis também.
Bioluminescentes: Ocorre quando seres vivos emitem luz. Trata-se de uma reação entre um pigmento chamado de luciferina com um enzima, luciferase. Alguns insetos como o vaga-lume e o pirilampo e alguns peixes de grandes profundidades, são capazes de produzir estes materiais e em conseqüência tem iluminação própria.
Quimioluminescentes: São reações químicas que emitem luz. Em toda festa infantil e outras não tão infantis, existem aquelas pulseiras em forma de um canudo transparente que contém duas substancias químicas distintas, separadas por uma membrana. Ao dobrar o canudo elas se misturam iniciando a reação que emite luz.
Triboluminescencia: Não tem nada a ver com coisa de índio, o nome tribo, indica atrito, certos materiais ao serem violentamente atritados, emitem luz, cristais de açúcar produzem este efeito. A propósito os cristais de açúcar são visualmente iguais ao vidro.
Em filmes, cenas onde pessoas levam uma vidraça no peito e saem incólumes do outro lado, na verdade são feitas com placas de açúcar e não de vidro, para quem vê é a mesma coisa e o mocinho além de não sofrer riscos de se cortar, pode até chupar um caquinho se quiser. Experimente pegar uma pelota de açúcar cristal e coloca-la na geladeira. Á noite, sem acender a luz, coloque-a entre as mandíbulas de um alicate e aperte com força. Ela emite uma luz azulada muito suave, é a triboluminescencia.
Os demais corpos, os iluminados, se limitam a refletir parte da luz que sobre eles incide. Cada pigmento tem uma capacidade de absorver parte da luz branca, o que sobra é refletido e define a cor de cada corpo. A luz branca por sua vez é formada por vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta. Um corpo verde é capaz de refletir a cor verde e absorver o restante. A maioria das lâmpadas coloridas que vemos por aí emitem cores misturadas, uma delas que emite uma única cor, no caso violeta, é a que usualmente é chamado de luz negra. Cá entre nós chamar algo de luz negra é uma
tremenda incoerência quando se sabe que o negro é a ausência de cor. Negro é algo que não pode ser visto, à noite, tranque o quarto, apague as luzes e abra bem os olhos. O que você verá? Nada! Tudo preto. (A propósito as pessoas negras deveriam ser chamadas de pessoas sem cor). Falar em luz negra, é como falar em água desidratada; uma coisa é o oposto da outra, no mínimo é algo incoerente. Aí você vai a uma boate fantasiado de bandeira, sapato verde, calça amarela, camisa azul e gravata branca onde se lê: ordem e progresso. Lá entrando, verifica que só existe luz negra, ou seja, luz violeta; qual será a cor de cada peça de sua roupa nestas condições? Todas elas com exceção da gravata branca ficarão negras, afinal as cores que elas são capazes de refletir não existem ali,
sem refletir nada ficarão negras. A gravata por ser branca e em conseqüência refletir tudo, ficará violeta que é a única radiação existente no local. Às vezes esta iluminação nos prega peças, em minha adolescência, lembro-me de ir a uma boate com uma camisa muito clara, mas, que não era branca, tão clara ela era que a costura havia sido feita com linha branca, mas o tecido não era branco. O resultado foi que quando próximo a uma lâmpada de luz negra, a linha de costura como que acendia, ela refletia a luz e a camisa não, uma boa maneira de verificar a habilidade da costureira.
Já ouviu falar de ouro verde? O ouro que vemos, quando puro tem uma coloração típica dourada, significa dizer que as cores refletidas por ele dão em seu conjunto aquela coloração. O ouro é um metal extremamente maleável, é possível fazer com ele uma lâmina tão delgada que chega a ficar transparente, e nesse caso, visto por transparência ele é verde. O conjunto de cores refletidas dá o dourado, mas, a cor que tem maior poder de penetração neste metal é o verde, essa cor consegue atravessa-lo enquanto que as outras não. O resultado é que uma lâmina muito delgada de ouro
quando vista contra a luz, é verde.
Professor Marcos Diniz
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